As universidades do Reino Unido podem estar diante de uma oportunidade de ouro, já que o governo Trump está reprimindo os estudantes chineses nos EUA.
Em uma declaração, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, observou que o país revogaria “agressivamente” os vistos dos estudantes chineses. Além disso, a revogação incluiria aqueles que supostamente têm conexões com o Partido Comunista Chinês.
As novas políticas de Washington citam preocupações com a segurança nacional, especialmente nos campos STEM. Consequentemente, milhares de alunos precisam rever suas opções de estudo em meio a circunstâncias incertas.
Uma pesquisa do British Council informou que o Reino Unido substituiu os EUA como o principal destino dos estudantes chineses. De modo geral, essa mudança indica uma alteração drástica no cenário do ensino superior.
Políticas dos EUA criam incertezas
As recentes regras de visto de Washington impedem a entrada de muitos estudantes chineses nos EUA, em meio a temores de espionagem e transferência de tecnologia. Na prática, porém, os estudantes se sentem visados. Como resultado, muitos agora desconfiam das universidades americanas.
Por exemplo, alguns estudantes chineses nos EUA já sofreram atrasos, recusas ou revogações. Por isso, eles estão buscando alternativas. Consequentemente, o Reino Unido pode se beneficiar desse êxodo.
Reino Unido abre as armas
As autoridades universitárias do Reino Unido provavelmente adotarão essa mudança, com a reputação do país em termos de educação de qualidade e inclusão. Além disso, eles enfatizam as contribuições econômicas e culturais dos estudantes internacionais.
Financeiramente, os estudantes chineses pagam altas taxas de ensino, aumentando os orçamentos das universidades. Eles também gastam dinheiro com moradia, alimentação e viagens. Portanto, a economia local só tem a ganhar com a presença deles.
Além disso, de acordo com especialistas em educação, as universidades do Reino Unido poderão registrar um aumento de 15% nas matrículas chinesas no próximo ano. Esse influxo é uma salvação financeira bem-vinda, especialmente após o Brexit.
Durante o ano acadêmico de 2023-2024, o Reino Unido teve 149.885 estudantes chineses em instituições de ensino superior. No entanto, uma análise da Knight Frank observou um aumento de 8,9% nas inscrições de estudantes internacionais chineses para janeiro de 2025.
Desafios em meio a oportunidades no Reino Unido
Entretanto, os especialistas alertam que a dependência excessiva dos estudantes chineses traz riscos. Por um lado, mudanças repentinas na política de Pequim podem interromper o fluxo de estudantes. Além disso, as universidades precisam garantir que continuem atraentes para os alunos de outros países também.
Mesmo assim, o setor educacional do Reino Unido está empenhado em diversificar sua base de alunos internacionais. Além disso, eles pretendem fortalecer as relações com países como Índia, Nigéria e Vietnã.
A competição global esquenta
Em outros lugares, países como Austrália e Canadá também estão competindo por estudantes chineses. O Japão e Hong Kong estão oferecendo bolsas de estudo e políticas de visto flexíveis. Portanto, a competição por estudantes chineses é acirrada.
Ainda assim, a longa história do Reino Unido de receber estudantes internacionais lhe dá uma vantagem. Além disso, a sólida reputação acadêmica e as diversas ofertas culturais também fazem dele uma escolha natural.
Perspectivas futuras para o Reino Unido
No final, a repressão ao visto do governo Trump tem consequências não intencionais, com as universidades do Reino Unido capitalizando as consequências. Com recrutamento estratégico e políticas inclusivas, elas se beneficiarão acadêmica e financeiramente.
À medida que o cenário educacional global muda, o Reino Unido pode emergir mais uma vez como o principal destino dos estudantes chineses que buscam segurança e oportunidade. Com o tempo, esse desenvolvimento poderá remodelar a educação internacional nos próximos anos.
Foto de Trần Văn Sơn em Não usar